ZUMBIDOS

07.10.2020

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ZUMBIDOS

07.10.2020

Conceitualmente, definimos zumbidos como um ruído percebido nos ouvidos, que caracteriza um sintoma e não uma doença, onde não é gerado por nenhuma fonte externa de som. Pode ter diversas origens e causas, podendo ser gerado nas próprias vias auditivas ou ter origem a distância. Apesar de proporcionar um desconforto importante e até incapacitante, normalmente não se associa a situações graves.

Há vários tipos ou formas como os zumbidos se apresentam. Eles podem mostrar-se na forma de chiados, como uma panela de pressão, apitos, grilos, abelhas, cigarras, motor de carro, sirene, simulando a batida do coração, cliques e ou estalos, etc. Há várias maneiras de referir-se aos zumbidos e, muitas vezes a interpretação é muito pessoal. As causas dos zumbidos podem vir de diversas origens. Precisamos estar atentos a toda a via auditiva até elementos clínicos gerais.

1. Vias auditivas:

a. Orelha Externa: Cerúmen ou inflamação do conduto;

b. Orelha média: Otites, perfuração de membrana timpânica, doenças dos ossículos (otosclerose)

c. Orelha interna: Labirintopatias (Meniere), labirintites, tumores, doenças virais (neurites)

2. Disfunções hormonais/metabólicas: Diabetes, alterações no colesterol, triglicerídeos, disfunções tireoideanas, deficiência de vitaminas.

3. Distúrbios cardiovasculares, psiquiátricos, neurológicos, psicológicos, odontológicos e musculatura da cabeça/ pescoço.

É fundamental a busca pela causa, pois o sucesso terapêutico está diretamente relacionado a isto, entendendo também que o zumbido pode ter, num mesmo paciente, mais de uma origem. O diagnóstico do zumbido, como toda doença que possa ter diversas causas diversas, inicia-se com uma minuciosa análise do paciente, analisando não só aspectos físicos, como elementos pessoais, comportamentais e seus hábitos. Após esta leitura, partimos para os exames complementares específicos, normalmente, no consultório e, paralelamente, exames laboratoriais e de imagens. Há, digamos, um protocolo a ser seguido quando nos deparamos com queixas de zumbidos, pois normalmente encontramos elementos multifatoriais, daí a constante vigilância a estes pacientes pois entendemos que os zumbidos podem ser um alerta para outras patologias que poderiam a vir gerar outros prejuízos à saúde do paciente como um diabetes, por exemplo. Em resumo, abaixo a sequência diagnóstica:

1. Avaliação audiovestibular: Audiometria, Imitanciometria, Vectoeletronistagmografia (quando associado os zumbidos a sintomas de tonturas), BERA, etc.

2. Exames Laboratoriais completos incluindo dosagens de vitaminas.

3. Exames de imagens: Tomografias, Ressonâncias, Doppler das Carótidas/ Vertebrais, etc.

Tratar zumbidos representa quase sempre um desafio e o segredo está justamente na “caçada” as suas causas. Identificar a origem e agir sobre esta é sempre o melhor caminho. Agir em cima dos elementos por trás dos sintomas pode inclusive levar a cura. Corrigir o açúcar, os hormônios da tireoide, fechar uma perfuração do tímpano, adequar uma dieta, são elementos que podem gerar excelentes resultados. Em alguns casos há dificuldades em se controlar, ou mesmo tratar as causas. Nestes casos, devemos tentar tratar o próprio zumbido, já que sua origem não poderá ser bem controlada. Temos diversas opções terapêuticas medicamentosas que devem ser individualizadas para cada tipo de paciente. Para os pacientes com perda auditiva associada a zumbidos, tratar esta perda pode e deve melhorar os sintomas. O tratamento para perdas auditivas vão desde procedimentos cirúrgicos à adaptação de aparelhos auditivos quando as condições de doença ou do próprio paciente contraindicam intervenções.

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Dr. Ugo Guimarães Filho

Otorrinolaringologista
CRM/PB 4429 | RQE 2696
CRM/PB 4429
RQE 2696