SAÚDE SEXUAL MASCULINA: Compulsão sexual

22.09.2022

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SAÚDE SEXUAL MASCULINA: Compulsão sexual

22.09.2022



Qualquer adulto com vida sexual ativa e sadia consegue lidar adequadamente com a sua vontade de se relacionar com alguém. Mas nem todo mundo pode controlar seus impulsos e acaba se tornando refém deles, sobretudo os de cunho sexual.
A compulsão sexual pode ser vista como uma tendência descontrolada para ações que envolvam física e mentalmente o sexo, como: se masturbar excessivamente, ter vários parceiros sexuais, ver bastante pornografia ou mesmo pensar constantemente sobre o assunto, com tendência a aumentar esse comportamento com o tempo.
Está ligado, em grande parte, à ansiedade, bem como outros distúrbios obsessivos compulsivos. Consequentemente, o compulsivo sexual enfrenta dificuldades em se concentrar no que não envolve a ideia de sexo. Nesse caminho, se mostra vulnerável a ter problemas familiares, de relacionamentos e no trabalho.
A doença pode ser ignorada porque está diretamente ligada ao prazer e isso, no começo, não parece ser ruim. Graças a isso que o compulsivo convive com o problema durante anos antes de procurar ajuda e perceber a gravidade. É comum que essa etapa somente aconteça quando a vida social está profundamente destruída por sua conduta.
Como ela se desenvolve?
Os gatilhos para o surgimento da compulsão sexual podem começar em um momento distante do passado do doente. O histórico da compulsão na família com outros membros, como pais e irmãos, pode afetar diretamente o indivíduo. Sem contar a dependência em álcool e/ou drogas, abrindo portas para novos vícios.
Além disso, o próprio relacionamento familiar problemático pode gerar sequelas ao campo sexual do paciente. Não obstante, o contato prematuro do sexo com adultos na infância pode deixar marcas profundas.
Todos os elementos acima citados são capazes de alimentar desajustes psicológicos, levando a pessoa a procurar amortecedores no prazer sexual. E esses mesmos eventos psíquicos são capazes de fazer alterações nos neurotransmissores cerebrais, mudando a química do cérebro. Isso é bastante comum de acontecer na adolescência e início da fase adulta.
Características
Quando se conhece de perto a compulsão sexual fica muito mais fácil identificá-la em si e nas pessoas próximas. Ainda que seja algo extremamente prazeroso, é preciso levar em conta que se trata de uma postura gradativamente destrutiva. Suas características primárias se concentram em:
• Tolerância sexual : práticas sexuais cada vez mais frequentes e intensas.
• Abstinência: Caso passe muito tempo sem sexo o indivíduo sente mal-estar físico e mental.
• Sexo mais valioso do que as pessoas: Alguns procuram se ocupar mais tempo com o sexo do que com o convívio com as pessoas próximas.
• Tarefas e pessoas começam a ser prejudicadas: O desempenho no trabalho ou nos relacionamentos pode se alterar negativa e rapidamente.
Tratamento
O tratamento para a compulsão sexual pode ser feito em conjunto com psicólogo e psiquiatra. Ambos trabalharão os aspectos da mente e corpo, a fim de dar ao paciente mais autonomia sobre seus impulsos. Na psicoterapia é possível recuperar um grande controle sobre o seu comportamento. Com o passar do tempo o indivíduo terá a sua composição interna aprimorada para que consiga lidar com sua impulsividade. Basicamente, é ensinado a enxergar a situação sozinho, compreender e lidar com suas ações no cotidiano.

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Dr. Gilberto Barreto

Psicólogo | | Psicanálise | Sexualidade Humana
CRP 13/9034
CRP 13/9034