Menopausa Vida Plena após os 50!

22.09.2020

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Menopausa Vida Plena após os 50!

22.09.2020

Por muito tempo, e até os dias de hoje, a palavra menopausa soou aos ouvidos da mulher como uma grande ameaça, um verdadeiro divisor de águas, a partir do qual ela se tornaria velha, gorda, chata e assexuada, além de ser brindada com doenças próprias do envelhecimento e induzidas por herança familiar. Acreditava-se em uma determinação genética e cronológica fatais, contra o que não haveria saída, exceto a resignação, e admitir que já é de outro tempo, cujo declínio iniciou nos “enta”.

Para esclarecer melhor os eventos deste período tão marcante na vida da mulher, convém definir climatério, a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, que difere de menopausa, que é simplesmente a última menstruação (que ocorre geralmente, entre os 45 e 55 anos). A síndrome climatérica é o elenco de sintomas que se manifesta nesta fase, e a maior causa do declínio na qualidade de vida da mulher, pois interfere no trabalho e nas atividades do cotidiano, inclusive nos seus relacionamentos e vida sexual. Por não ser uma condição fatal, ou talvez por não ser devidamente compreendida (a paciente climatérica é considerada “poliqueixosa”), desperta pouco interesse clínico, e o impacto social é subestimado.

Mas, ao contrário, este é um momento importante, que deve ser valorizado por médicos e demais profissionais de saúde, com atenção especial à mulher, que deve ser ouvida sobre os seus problemas. É a oportunidade que se tem para corrigir desníveis hormonais e hábitos nocivos, e contribuir para a prevenção e controle de doenças relacionadas ao ganho de peso; É ainda um momento valioso para apresentar novos conceitos para uma vida equilibrada. Essa escuta atenta oportuniza também a identificação de fatores de risco para doenças degenerativas, prevenção de câncer, dislipidemias e disfunção sexual.

Tentar amenizar estes males (estresse, insônia, ganho de peso, oscilação da pressão arterial, refluxo gastroesofágico, dores articulares, ressecamento vaginal, infecções urinárias recorrentes, por exemplo) apenas com medicações que atuam nos efeitos gera uma dependência medicamentosa (antidepressivos, anti- inflamatórios, inibidores de apetite, indutores do sono, etc) sem corrigir a causa maior: no caso do climatério, a deficiência hormonal de várias glândulas. Sem dúvida, a terapia hormonal individualizada, na dose e indicação bem avaliadas pelo médico, com uso de hormônios isomoleculares (mesma estrutura química dos hormônios humanos), em especial, estradiol e progesterona é o padrão-ouro no tratamento dos sintomas do climatério. Associados a outros hormônios, constituem os instrumentos desta orquestra, verdadeira obra de arte da fisiologia feminina, cujo resultado revela harmonia e bem-estar, que toda mulher tem o direito de buscar e atingir. É o seu momento, é sua chance maior para retomar o controle sobre suas decisões, desenvolver empoderamento sobre si mesma, e construir um modelo de vida saudável após os 50 anos. Muitas surpresas positivas surgirão, podendo sim ser este um momento de “crise positiva”!

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Dra. Márcia Fonseca

Ginecologia Integrativa | Histeroscopia
CRM/PB 4216 | RQE 3394
CRM/PB 4216
RQE 3394