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O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um transtorno neurológico que afeta a interação social, a comunicação e o comportamento. Sabe-se que no TEA, as crianças podem apresentar movimentos repetitivos (esteriotipias) e interesse restrito (hiperfoco). Nos Estados Unidos, de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), 1 em cada 59 crianças é autista.
Dentre as terapias indicadas estão a fonoaudiologia, a psicologia, a terapia ocupacional, a psicopedagogia, a psicomotricidade, a fisioterapia, entre outros. Além do acompanhamento neuropediátrico, psiquiátrico e nutricional. Ou seja, as crianças necessitam de acompanhamento interdisciplinar, visto que as demandas do TEA envolvem todas as áreas do desenvolvimento infantil, que incluem desde o planejamento motor, o comportamento, a aprendizagem, a socialização e a comunicação.
Na prática, o que percebemos é que as famílias procuram inicialmente o fonoaudiólogo devido ao atraso de linguagem apresentado pela criança logo nos seus primeiros meses de vida. Em geral, os pais percebem um bebê muito silencioso, ou com fala restrita. Algumas vezes, até começam a falar, mas não evoluem ou regridem no repertório que possuem.
Nas crianças com TEA, muitos pré-requisitos para que a fala erupcione funcionalmente estão afetados, entre eles: o contato visual, a atenção compartilhada e a imitação. A falha nesse “alicerce”, prejudica consideravelmente a comunicação da criança com o meio, acometendo sua socialização, podendo gerar sentimentos de frustração, e, consequentemente, a potencialização de comportamentos inadequados.
É importante ressaltar que toda a equipe envolvida no acompanhamento tem papel fundamental no desenvolvimento das capacidades afetadas pelo transtorno. De “mãos dadas” a equipe impulsiona a criança a alcançar seu pleno desenvolvimento.
As crianças com autismo podem apresentar comunicação verbal (quando falam) e não verbal (quando usam alguma estratégia para “se fazer entender!”). Temos que observar também se ela apresenta alguma comorbidade associada ao autismo, como por exemplo, a apraxia de fala.
A terapia fonoaudiológica é individualizada e usa de inúmeras ferramentas para desenvolver as habilidades afetadas pelo autismo. Cada criança é única e a conduta a ser priorizada vai de acordo com suas potencialidades e dificuldades. O que se almeja na terapia é que sejam oferecidos à criança todos os recursos necessários para que sua comunicação plena seja alcançada.
Muitas crianças com autismo, em especial as com maior grau do transtorno, são não verbais e, para elas, devem ser elaboradas estratégias de comunicação alternativa, no sentido de lhes possibilitar um canal de troca com o meio. O pecs (sistema de comunicação alternativa aumentativa) é um exemplo de grande eficácia na comunicação delas.
As crianças com autismo apresentam inúmeros potencias e “portas” para que possamos ter acesso ao seu desenvolvimento. Basta que saibamos ser a “chave” correta para a abertura. A principal delas é o afeto e a confiança.
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