Autismo e o modelo denver

07.10.2020

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Autismo e o modelo denver

07.10.2020

O transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento que traz consigo comprometimentos na comunicação, na interação social, movimentos repetitivos e interesses restritos.

Esses sinais podem estar presentes com maior ou menor intensidade, dependendo do grau do TEA. As causas do Autismo estão associadas às questões genéticas e ambientais e a incidência é de 1 para cada 59 crianças, de acordo com o CDC (Centro de Prevenção de Doenças) dos EUA.

Cada dia mais, o Autismo vem sendo estudado em todo o mundo, visto que o número de casos aumentou de forma significativa nos últimos anos. Diante desses estudos, muitas abordagens terapêuticas foram validadas cientificamente por sua eficiência dentro do processo de desenvolvimento das crianças. Entre elas estão: a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), o modelo DIR/Floortime e o modelo Denver de Intervenção Precoce.

O modelo Denver de Intervenção Precoce se aplica a crianças de 1 a 5 anos e tem como objetivo desenvolver a reciprocidade através de atividades de jogo, favorecendo o desenvolvimento amplo e pleno das crianças nas diversas esferas. No Denver, segue-se a liderança da criança, conquista-se uma relação de afeto e cumplicidade, prioriza-se a parceira de jogo e a atenção compartilhada, valida-se todas as tentativas da criança e suas iniciativas comunicativas.

O programa de intervenção se baseia a partir de uma avaliação inicial onde é aplicado um “check list” para observar as áreas que estão atrasadas e traçar as metas para que toda a equipe esteja integrada, além dos pais e dos membros da escola. Os níveis do “check list” variam do 1 ao 4 e são estabelecidos por idade. Neles são observados aspectos como: comunicação expressiva e receptiva, imitação, motricidade grossa e fina, independência em AVDs (atividades de vida diária), comportamento, cognição, socialização, entre outros. Os pais são orientados a como estimular seus filhos em casa e, por isso, as terapias devem ser aplicadas no consultório e em casa.

Os níveis de suporte (ajuda) vão sempre do menos para o mais (“least to most”), ou seja, a criança tem espaço para realizar de forma independente a atividade, caso não consiga, os níveis de suporte vão aumentando. As atividades são organizadas a partir da abertura, tema, variação e fechamento, sempre com a criança motivada (o reforço é a própria atividade).

O Denver, assim como todos os modelos terapêuticos aplicados nos casos de TEA, deve ser intensivo e frequente com, no mínimo 3 horas diárias de aplicação. Trata-se de um modelo que mescla atividades estruturadas com rotinas sensório sociais. Em 2012 foi apontado como uma das maiores descobertas na área médica pala Revista Time.

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Dra. Tatianna Wanderley

Fonoaudióloga | | Expertise em Autismo
CRFa 4-7542
CRFa 4-7542